É do senso cumum que os cães sentem culpa ou sabem que fizeram algo errado, porém não é o que a ciência mostra. Alerta de textão.
No trabalho acima tutores receberam os pesquisadores em suas residências. Foram colocados cães e tutores em salas separadas sem se verem. Os tutores acreditavam estar em um experimento sobre obediência a distância e foram orientados a elogiar o cão, caso tivesse obedecido e repreender caso não. A informação era dada pelo experimentador, já que o tutor não poderia visualizar. Um grupo recebeu a informação correta, ja o outro grupo recebeu a informação trocada, ou seja, os tutores do cão obediente receberam a informação de falta de obediência e dos desobedientes receberam a informação de obediência. Foi observado que não ocorreu diferença no comportamento dos cães que foram reeprendidos independente da obediência, ou seja, os cães estavam reagindo a bronca e não por culpa.
De acordo com a wikipedia: O sentimento de culpa é o sofrimento obtido após reavaliação de um comportamento passado tido como reprovável por si mesmo.
Bem, sendo assim para alguém sentir culpa primeiramente precisa entender que tal comportamento é reprovável, depois ser capaz de realizar uma reavaliação de seu comportamento. Em uma situação hipotetica comum: Comportamento destrutivo, considerando que os cães não compreendem sobre valores monetários, ou seja, um osso e um iphone são avaliados pela satisfação ao serem roídos e roer é um comportamento natural da espécie. Logo, qual seria o comportamento que ele consideraria reprovável?
Quando pensamos em reavaliação de comportamento fica ainda mais surreal esperar que um cão reflita a respeito de seu comportamento baseado nas regras humanas e sinta-se culpado. Há estudos que mostram que os cães se assemelham, em termos de desenvolvimento, a crianças de 2 a 3 anos. E nessa idade as crianças também não são capazes de sentir culpa, veja a imagem a seguir.
O que seria aquela linguagem que costumamos chamar de culpa?
Cães se comunicam através do “cachorrês” sua linguagem é feita principalmente através de linguagem corporal e olfativa. Nós humanos utilizamos linguagem corporal, oral e escrita.
Com frequência há consfusão na interpretação da linguagem canina. Um erro comum é confundir expressão de medo e apaziguamento com culpa.
Orelhas baixas, virar para o lado oposto, lamber o focinho, baixar o rabo, virar de barriga pra cima ou mesmo se esconder são linguagens de medo e curiosiamente foram as linguagens relatadas pelos tutores como “olhar culpado’ no estudo referido anteriormente.
Ah mas o cão começou a fazer essa expressão sem eu ter falado ou feito nada.
Muitas vezes o cão consegue perceber por condicionamento que presença de bagunça gera tutor nervoso e podem por associação mostrar a linguagem corporal medrosa, antes do tutor demonstrar descontentamento. Porém não necessariamente ele tem percepção de que a ação de bagunçar irá gerar o cenário que gera descontentamento no humano, principalmente se o comportamento for em resposta a ansiedade.
Um outro trabalho realizado demonstrou isso. O experimento consistiu em experimentadores receberem cópia da chave dos tutores de cães, que comumente apresentavam comportamento destrutivo. Os pesquisadores visitavam a residência sem informar o dia aos tutores e realizavam bagunça na casa da pessoa. Os cães apresentaram o “olhar de culpa” na chegada dos tutores, mesmo sem terem sido autores da barbudia.
Bem, agora que sabemos que cães não sentem culpa, vale lembrar que quando um cão adota a “expressão culpada”, na verdade esta com medo e por isso jamais deve ser reeprendido, pois apenas sentirá mais medo. Para evitar destruições em casa é preciso prevenir o problema não deixando objetos perigosos a disposição e oferecer atividades físicas, mentais e sociais adequadas.
Veja abaixo sinais de stress: